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Novas regras do Pix que ampliam rastreamento e agilizam devolução em casos de fraudes já estão valendo

Publicada em 25 de novembro de 2025

Entraram em vigor neste domingo (23) as novas regras do Banco Central (BC) para aprimorar o mecanismo de devolução do Pix, ampliando a capacidade de rastrear valores desviados em fraudes, golpes ou situações de coerção. A mudança altera a lógica de recuperação de recursos, que antes dependia exclusivamente da conta utilizada pelo fraudador para iniciar o golpe, um limite que dificultava a devolução, já que criminosos costumam movimentar o dinheiro rapidamente para outras contas.

Com o novo modelo, que é opcional até 2 de fevereiro e que depois passa a ser obrigatório, o sistema do Pix passa a acompanhar o trajeto completo dos valores, mesmo quando eles deixam a conta inicial do golpista. 

O Banco Central explica que essa maior rastreabilidade permitirá identificar a “rede de contas” envolvida e viabilizar a devolução em até 11 dias após a contestação realizada pela vítima.

A autoridade monetária destaca que a regra tende a aumentar significativamente o número de valores recuperados e a identificação de contas utilizadas em fraudes, reforçando o combate a crimes financeiros. O compartilhamento de informações entre instituições participantes também deve ajudar a impedir que essas contas sejam reutilizadas em golpes futuros.

 

Ferramenta de contestação automática já está disponível nos apps bancários

Desde 1º de outubro, bancos e instituições financeiras passaram a oferecer, dentro do ambiente Pix de seus aplicativos, uma função de autoatendimento para contestar transações suspeitas, sem necessidade de contato com o atendente. A funcionalidade se torna o canal oficial para solicitar devolução de valores desviados por fraude.

Segundo o BC, o autoatendimento acelera o início do processo e aumenta a chance de haver saldo disponível na conta do fraudador ou das contas intermediárias. A agilidade é considerada crucial para que o mecanismo de devolução seja efetivo, já que os criminosos tendem a movimentar o dinheiro imediatamente após o golpe.

 

O que muda para empresas

A ampliação da rastreabilidade do Pix deve impactar diretamente rotinas de conciliação financeira e controles internos das empresas. Com o novo fluxo de contestação e devolução, transações suspeitas poderão ser identificadas de forma mais rápida, permitindo que departamentos contábeis e financeiros atuem de imediato em eventuais fraudes que afetem contas corporativas. Além disso, a rastreabilidade estendida aumenta a transparência das movimentações e facilita o trabalho de auditorias internas e externas.

A medida também reforça a necessidade de políticas mais robustas de prevenção a fraudes no ambiente empresarial. Ao tornar o caminho do dinheiro mais visível, o Banco Central tende a intensificar a responsabilização de contas intermediárias utilizadas, mesmo que inadvertidamente, em esquemas criminosos. Dessa forma, empresas devem revisar seus processos de cadastro, verificação de identidade de fornecedores e monitoramento de pagamentos instantâneos, reduzindo a exposição ao risco reputacional e financeiro.

Para consultores, contadores e gestores, o novo mecanismo também pode influenciar protocolos de reporte e acompanhamento de incidentes. Como a devolução pode ser solicitada diretamente pelo autoatendimento e concluída em até 11 dias, surge a demanda por modelos mais ágeis de comunicação interna, registro de fraudes e conferência de extratos ligados ao Pix. A partir de fevereiro, quando a regra se torna obrigatória, o tema deve ganhar ainda mais relevância nas práticas de governança e compliance adotadas pelas empresas.

Fonte: Contábeis

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